CRIANÇA ESPERANÇA OU CRIANÇAS DESESPERADAS.
Criminalidade, pobreza e desamparo assolam crianças e adolescentes.
Fatores sociais e a falta de oportunidades refletem nos altos índices de menores envolvidos em delitos
Todos
os dez centros educacionais destinados a receber adolescentes em
conflito com a lei, em Fortaleza, estão superlotados. Repletos de
adolescentes que, em geral, têm o mesmo perfil; estão fora da escola,
vêm de bairros muito pobres, não têm uma família estruturada e são
viciados em drogas. O problema que circunda a infância e a juventude da
Capital tomou proporções que evidenciam, cada vez mais, a falta ou
ineficiência de políticas públicas que integrem estes jovens em outro
mundo, que não o do crime.
> Reintegração de jovens desafia as autoridades
Na
semana passada, a Tropa de Choque teve que entrar no Centro Patativa do
Assaré para conter mais uma rebelião. A unidade está com superlotação
FOTO: CID BARBOSA
A situação de superlotação nestas unidades
se mostra cada vez mais dramática, segundo o juiz da Quinta Vara de
Execuções da Infância e da Juventude, Manuel Clístenes de Façanha e
Gonçalves.
As dez unidades de internação da Capital têm
capacidade para abrigar 500 adolescentes, no entanto, no último mês,
chegaram a receber 1.031 internos, conforme informações do magistrado.
"A quantidade exagerada de internos acarreta perigos inclusive para a
integridade deles. As rebeliões são cada vez mais agressivas. Eu já
havia mandado ofícios para a STDS (Secretaria Estadual do Trabalho e
Desenvolvimento Social) avisando sobre a gravidade da situação e não
obtive resposta. Fui formalmente ignorado", afirmou Clístenes Gonçalves
fazendo referência às últimas rebeliões no Centro Patativa do Assaré.
Sem melhoras
Atualmente,
976 adolescentes estão sendo custodiados pelo Estado nestas unidades.
As mais superlotadas são o Centro Educacional Cardeal Aloísio
Lorscheider (Cecal), destinado a faixa etária compreendida entre 18 e 21
anos; e o Centro Educacional Dom Bosco, que abriga menores entre 12 e
16 anos, os mais jovens do sistema.
Cada um destes centros
citados têm capacidade para receber 60 pessoas, mas contam com 158. Para
o juiz da Vara de Execuções, o alto número de internos dificulta o
trabalho das equipes de funcionários e comprometem a situação dos
adolescentes.
O
juiz da Quinta Vara da Infância e da Adolescência, Manuel Clístenes
Gonçalves, afirma que a situação dos Centros é desanimadora FOTO:
NATINHO RODRIGUES
"Eu mesmo já havia alertado a direção do
Patativa do Assaré sobre riscos iminentes de rebelião. Em reunião com a
direção anterior e com a cúpula da STDS pedi medidas urgentes para o
Centro", declarou o juiz.
Manuel Clístenes ressaltou que não há
previsão de melhoras, visto que o número de casos passíveis de
internação é crescente. "A superlotação é uma questão antiga e
persistente. Desde que assumi este Juizado, o número mínimo de internos
foi de 775. No decorrer do tempo, nossas estatísticas têm a forma de uma
curva gráfica, que oscila entre números de esperança e desanimação. Em
geral, ficamos desanimados".
OS POLÍTICOS QUEREM É ISSO MESMO: QUE NOSSAS CRIANÇAS SE TRANSFORMEM EM BOCAS DE LOBOS, TIPO AQUELAS QUE ENCONTRAMOS NAS ESQUINAS DAS CIDADES.
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